“Planeta dos Macacos: A Guerra” | Crítica

Postado em ago. 26, 2017

Filme mantem a qualidade de seus antecessores e encerra excelente trilogia em uma época de franquias.

Em “Planeta dos Macacos: A Guerra”,Matt Reeves encerra a trilogia iniciada em 2011 (“A Origem” e “O Confronto”, em 2014) que funciona como um preludio para o filme de 1968, baseado no livro dePierre Boulle.

No filme, “Cesar” (Andy Serkis) e seus companheiros continuam sua epopeia de encontrar um lar e se manter em paz com os seres humanos, que ainda tentam sobreviver ao vírus que trouxe inteligência aos símios e causa terríveis efeitos para as pessoas. Porém, um militar chamado de “Coronel” (Woody Harrelson), ataca impiedosamente o lar dos macacos e os força a entrar em guerra.

O longa traz um excelente roteiro que bebe de diversas fontes, hora aparenta um filme sobre Holocausto, de wester (Faroeste), ou de guerra, principalmente quando o Coronel entra em cena,Woody Harrelson se inspira muito no personagem “Walter E. Kurtz” interpretado por Marlon Brando em “Apocalypse Now”, um militar que enlouquece e forma seu próprio pelotão no Vietnã.

O personagem de Woody se mostra perturbado, porém ao longo do filme vamos entendendo suas motivações, especialmente ao conheceremos melhor sua história e acompanharmos as várias reviravoltas que ele já enfrentou. Os outros personagens também têm seu próprio crescimento, cada um encarando a situação à sua própria maneira.

A atuação é outro ponto positivo, pois em uma produção onde grande parte do elenco é trabalhada em CGI podemos ver bem como cada ator tem sua participação diferenciada com seus personagens, que são muito bem estruturados e aprofundados. Um bom exemplo é o alívio cômico, que em alguns filmes é tratado de forma rasa e sem proposito, mas em “Planeta dos Macacos” o “Bad Ape” não só encanta e diverte como também traz um grande peso ao longa com sua história dramática e importância para o desenrolar da trama.

Os efeitos Visuais do filme são excelentes, o CGI com os atores e macacos traz uma nova tendência que vem crescendo graças a Andy Serkis, que sempre entrega um ótimo resultado, afinal, seu trabalho é imensamente reconhecido em várias outras produções do mesmo segmento.

O diretor Matt Reeves já trazia na franquia uma diferente perspectiva sobre os personagens, não implementando-os de forma rasa e mecânica, mas sim contextualizando as situações com a bagagem emocional de cada uma das figuras que compõem um dos mais perfeitos roteiros já vistos, sem falhas ou fatores que tornem a ficção menos crível, mesmo aos olhos daqueles que não são fãs de carteirinha do gênero.

Essa atenção no olhar que é dedicada até mesmo para os personagens secundários aponta os “vários lados da verdade” e como cada um reage de uma forma distinta, de acordo com suas limitações e conhecimentos. O filme traz uma jornada “humana”, uma discussão sensível sobre evolução e dominação das raças, que chega a fazer torcida contra a própria espécie e sua arrogância.

Mais um ponto positivo é a maneira como Reeves filma, seus enquadramentos te transportam para os momentos mais importantes, desde a parte mais frenética aos momentos mais calmos e tocantes. O longa também acerta em cheio no tom e na trama, que se encaixam com os dramas pessoais de cada personagem e trazem uma maior identificação com o espectador. Tecnicamente o filme não apresenta falhas e fecha muito bem uma trilogia que ganhou força com sua qualidade e inovação.

Nota: 9,5/10

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