Cavaleiro das Trevas III – A Raça Superior | Crítica

“Batman – Cavaleiro das Trevas III”, uma das minisséries mais famosas da DC Comics que começou em 2015 com um início grandioso, finalmente chega ao fim.

Postado em jul. 05, 2017

Frank Miller sempre chamou a atenção nos quadrinhos com sua visão diferenciada dos heróis. Com “Cavaleiro das trevas III” ele ilustra que não mudou muito após 30 anos do lançamento da primeira minissérie de sua autoria.

Após as críticas em “Cavaleiro das trevas II”, Frank Miller mostra que aprendeu com os erros e traz uma HQ mais focada numa relação fraternal entre Batman e Superman. A estória traz uma ameaça Kandoriana que revela mais uma vez como o autor ainda mantem seus pensamentos de islamofobia, pois ele faz uma referência ao islamismo por meio da raça kryptoniana, exaltando traços negativos religiosos e relacionando-os ao terrorismo.

Com a parceria de Brian Azzarello e Frank Miller, conseguimos notar um excelente equilíbrio no roteiro. O traço da HQ, feito por “Andy” Kubert, é uma clara homenagem ao primeiro lançamento da minissérie.

Frank mostra um crescimento de sua parte para com os demais personagens, pois em seus lançamentos anteriores costumavam ser “ridicularizados” em razão de suas habilidades sobre-humanas. Não é de hoje que se sabe que Miller tem maior empatia pelo Batman, por ser um personagem mais terreno, o que evidencia sua descrença em personagens como o Superman, que em sua primeira minissérie era tratado como um “pau mandado do governo”.

A HQ tem uma ação grandiosa, principalmente no começo. Batman, mais uma vez, se supera em artimanhas para derrotar os inimigos fazendo até mesmo chover Kiypitonita para enfraquece-los. O trio de ouro da DC está mais unido na HQ, o que desmistifica o estigma deixado nas anteriores.

Nos capítulos finais, apesar de mais comedidos, mostram uma apreciação das batalhas do jeito que Frank Miller gosta de fazer, desde a estilingada de Kripitonita, até quando vemos Batman esboçar um sorriso e dizer: “Demos um belo susto nesses malditos aliens”. O Batman de Miller sempre gostou da briga e aqui não é diferente. A HQ ainda segue o caminho de suas antecessoras, trazendo referencias da vida real com ênfase nos acontecimentos e personalidades que estejam em evidencia. Um bom exemplo disto é a aparição de Donald Trump, que no começo da estória, quando ainda não era presidente, aparecia apenas como um comentarista na TV e atualmente, após eleito, volta como o presidente que fala besteiras (assim como na vida real).

O final é bem fechadinho e satisfatório, deixando brecha para continuação. Batman Cavaleiro das Trevas III – A Raça Superior é uma ótima continuação para a série, que teve uma parte controversa em seu capítulo anterior, e agora reconstruiu os super-heróis, que voltam mais unidos e menos difamados.

Nota: 8

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.