“Homem Aranha: De Volta ao Lar” | Crítica
Postado em out. 26, 2017
Amigão da vizinhança veio para tirar o “gosto amargo” dos últimos três filmes.
“Homem Aranha: De volta ao Lar” é o sexto filme lançado do super herói da Marvel, e tem o intuito de apresentá-lo para uma nova geração, o que causa algumas alterações no spider man , porém o resultado é satisfatório e o filme diverte muito. Sem a costumeira origem do protagonista, que acaba sendo um padrão em filmes do gênero, acompanhamos Peter Parker (Tom Holland)em sua volta para casa após os eventos de Capitão América: Guerra Civil. Empolgado com sua experiência com os Vingadores, Peter tenta mostrar para o seu mentor, Tony Stark (Robert Downey Jr.)que pode fazer mais do que lutar contra pequenos crimes diariamente, porém quando o vilão Abutre (Michael Keaton)aparece, Parker percebe que essa tarefa não será tão fácil quanto imaginava e tudo que considera mais importante será ameaçado.
O longa tem um início bem lento, porém muito divertido. Logo no começo somos apresentados ao antagonista, que tem a melhor construção vilanesca de filmes da Marvel até agora (mesmo sem comparar com inimigos mal trabalhados desse universo). Ele não é simplesmente o puro mal que deseja ver o mundo pegar fogo e dominá-lo. Há ali uma história humana que traz acontecimentos mais próximos do real, ao ponto de parecer que o que motiva o vilão poderia acontecer com qualquer um. Outros inimigos também foram apresentados, como Shocker, Escorpião e o Construtor, todos com seus propósitos definidos e poderes explicados com as sucatas dos Chitauri, que destruíram parte de Manhattan no primeiro Vingadores, e mesmo sendo diferente das HQ’s não agride e nem mesmo soa como algo negativo, muito pelo contrário, faz com que fique tudo muito bem encaixado.
Finalmente vemos nas telonas um Peter Parker juvenil, que vai á escola (mesmo levando em conta o primeiro filme, que mais parecia uma encenação barata de adultos fingindo ser crianças), e é aí que “Homem Aranha: De Volta Ao Lar” se destaca e passa a maior parte do tempo, mostrando as interações e as normalidades do herói, que traz o gostinho das HQ’s e animações que inseriam tanta proximidade com o nerd super poderoso. O longa trabalha bem a parte multicultural dos personagens, sem soar forçado como em algumas produções, com bons diálogos e backgrounds bem trabalhados.
A parte do bullying não poderia faltar, e é interessante por que mostra como essa situação pode aparecer não somente por meio de esteriótipos, como dois alunos de “panelinhas” diferentes, mas até como duas pessoas do mesmo grupo, que é o caso de Flash Thompson, integrante do mesmo time acadêmico de Peter, mas que, mesmo assim, o importuna sempre que pode. Entretanto, isso acaba descredibilizando um pouco toda a situação, pois não há motivos que forcem o Parker a aturar toda essa zoação.
As cenas de ação são excelentes e muito bem feitas, porém o fato de todas elas estarem presentes nos trailers acaba quebrando um pouco o encanto que elas poderiam ter. Mesmo assim é sempre incrível ver o Homem Aranha em seu web swing pelos prédios. Outro ponto controverso no longa é a modificação no uniforme do herói, que perde os traços manuais e se torna algo que parece mais com uma nova armadura do Homem de Ferro. Dá até um certo desânimo no início, porém acaba se tornando divertido por causa da interação do personagem com a armadura… quer dizer, o uniforme super tecnológico que acaba se tornando mais um personagem no filme.
Há também o claro apelo aos personagens e filmes do universo Marvel, o que deixa o longa fechadinho com todos os outros, porém aparenta muito desespero para agradar o público e tampar buracos de cenas mais bem trabalhadas. Ás vezes chega a parecer que a produção foi feita às pressas, até pela recorrente e conveniente presença de Tony Stark, que acaba servindo como a famosa artimanha do cinema ” Deus ex machina “, que é quando o autor usa uma solução fácil e rápida para problemas sem saída.
“Homem Aranha: De Volta ao Lar”, traz acima de tudo a essência do super herói e o equilíbrio entre os personagens de outras HQ’s com os do Spider man , o que o torna bem divertido. Mesmo com todas as adaptações e modificações, no final das contas casa bem com o universo compartilhado em que está inserido e com o publico que quer conversar. Não é um longa grandioso e nem excelente, mas também não é esse o seu proposito.
O filme é extremamente divertido, e nos leva à tão conhecida “guerra” de longas do Spider Man, que visa debater a seguinte questão: Qual foi o melhor filme (levando em consideração todas as produções que foram feitas)? Eu, pessoalmente, prefiro o Homem Aranha 2 (Tobey Maguire), mesmo admitindo que Andrew Garfield trouxe um ótimo super herói. Já Tom Holand conseguiu unir ambas as coisas, sendo bom como Peter Parker e também como o aranha, trazendo um filme muito bom para o que se propõe.
Nota: 7,5